A República de Platão é o livro mais conhecido do filósofo grego. Contudo, em "O Banquete", também conhecido como Simpósio, Platão vai discutir as naturezas do amor e da alma.
Com o rosto tostado por mil estios e engelhado pelas agruras próprias de quem sempre pertenceu a uma família de pescadores, Madalena coloca ao sol o bacalhau já espalmado e coberto de sal. A alternância do vento e do sol far-se-á sentir, com justo peso e medida, naquelas redes que ainda não cederam às comodidades da seca mecanizada. Para os mais arrojados, que defendem aquela modernidade, esta mulher, de extraordinária força braçal, só tem uma garantia perpetuada pelo saber dos tempos: “o verdadeiro bacalhau é o que seca ao ar!”
Enviuvou cedo de mais. Perdeu António há pouco mais uma década. Vitimado por uma “coisinha ruim”, ficou o trajeto de um homem que, aos dezanove anos, optou pela pesca do bacalhau. E por lá andou mais do que os seis anos necessários para, naquela altura, livrar à tropa. Para início de carreira, acumulou dez campanhas no mesmo barco. Um feito ainda hoje mencionado na comunidade piscatória que os fez para a vida.
Das abreviadas conversas com o finado companheiro, recorda os lamentos de quem, durante seis meses, sentia que a vida se resumia a “trabalhar, passar muita fominha e a ser maltratado”. Apesar da categoria de redeiro, António sempre repugnou retirar nas tripas do peixe o fígado para fazer o óleo e, nas cabeças, aproveitar as caras e as línguas. No mais, o facto de não tomar banho e de só receber um litro de água doce de oito em oito dias foram espinhos que sempre partilhou como inerentes à função.
Madalena não tira da ideia a certeza de que terá sido no mar que António terá ganho a doença que o “levou”. Lembra, com o olhar humedecido pela emoção, as noites cortadas por transpirados pesadelos. Afiança ela que “ele vivia atormentado por aqueles momentos que que o sino tocava para reunir os botes”. Em boa verdade, era nessa altura que percebia ter perdido muitos companheiros de faina. Afogados. Desaparecidos no mau tempo. Gente que nunca mais ninguém viu. Almas penadas que lhes “pesavam no lombo quando chegavam todos porcos a St. John’s”, principal porto bacalhoeiro da Terra Nova, no Canadá.
Agora, as venturas e desventuras vividas nos mares do Hemisfério Norte, perseguindo cardumes do “fiel amigo”, que marcavam o seu território desde a Terra Nova até à Islândia e Noruega, são heranças caladas por um presente de negro vestido. Uma medalha devida. Um prenúncio de morte.
Madalena tem ainda um negócio pequeno de venda onde, “com esta crise que está a desgraçar o povo”, tudo faz para manter os clientes. Lamenta-se que “a juventude não gosta de bacalhau”. Uma pena. De prosa facilmente convincente, dirige-se a um potencial comprador que nunca viu na sua casa. Parece indeciso. Sabe o que quer, mas não sabe como escolher. Aproxima-se para desfazer a hesitação:
- Ó meu senhor, leve este peixe que é de confiança. Sabe, o bacalhau tem de ter uma cor amarelada, ‘loiro’ da cor do grão! - elucida com sucesso.
Cliente cativado, negócio fechado. Começou a fatiar mais umas postas. Em jeito de graça para surripiar um sorriso que garanta o regresso do freguês, atira:
- Leva um peixe que é uma beleza! Não engana. Até cheira a bacalhau!
“Como se demonstra em vários passos deste estudo, mais tempo escolar não significa melhor tempo de aprendizagem. Mesmo que a ideia de “escola a tempo inteiro” possa corresponder a uma necessidade social a que a escola não poderá ficar indiferente, tal não pode transformar-se em “sala de aula a tempo inteiro”, situação que poderá ter como consequência menos bem-estar, ambientes adversos à missão da escola, mais indisciplina, numa palavra, mais insucesso escolar.” Organização escolar: o tempo, CNE 2017
Foi sem surpresa que vimos, mais uma vez, uma proposta de calendário escolar para 4 anos, diferenciada em relação à educação pré-escolar e 1º ciclo do ensino básico. Com efeito, a proposta indica como términus dos anos letivos final de junho. É também sem surpresa que percebemos que, para a elaboração de tão “inovadora proposta”, foram ouvidos o Conselho das Escolas, a Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) e a Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE). A primeira e óbvia constatação e conclusão a retirar desta Proposta, é a de que não coloca em primeiro lugar nem o superior interesse das crianças nem dos pais. De facto, vários são os estudos bem como opiniões de pedagogos, médicos e psicólogos de renome a sustentar esta posição. Apenas dois exemplos: “Será razoável que haja crianças que comecem a trabalhar às 8 e terminem de trabalhar às 8, todos os dias? Será sensato que não ponderemos as consequências deste novo trabalho infantil.” Eduardo Sá “A escola a tempo inteiro é uma vergonha nacional.”; “O actual modelo de escola está esgotado e é preciso reinventá-la.” Carlos Neto. Estas opiniões, sustentam-se em vários dados e estudos. Apenas alguns exemplos: Segundo a OCDE («Education at a Glance 2019») Portugal é o país da Europa em que as crianças passam mais tempo na escola De facto, são mais 1200 horas de aulas, só no 1.º Ciclo do Ensino Básico, revela o relatório. São quase 40 horas por semana que comparam com uma média de 27,4 horas na União Europeia! Na educação pré-escolar, os valores também são dos mais altos, assinala relatório do Conselho Nacional da Educação. Em média, as crianças portuguesas passam 39,1 horas por semana em creches. A média na União Europeia é de 27,4 horas. Apenas em dois países da União Europeia (Eslováquia e Croácia) as crianças até aos 3 anos passam mais tempo em instituições de educação e cuidados para a primeira infância do que em Portugal. Em média, as crianças portuguesas passam 39,1 horas por semana em creches. A média na União Europeia é de 27,4 horas. No caso do pré-escolar, o padrão mantém-se, com as crianças entre os 3 e 5 anos a passarem uma média de 38,5 horas por semana em jardins de infância. A média na UE é de 29,5, contabiliza-se no relatório anual do Conselho Nacional de Educação (CNE) dedicado ao Estado da Educação. Analisando com maior detalhe os dados do relatório da CNE, verifica-se que “uma das particularidades do caso português é o facto de apresentar maior número de dias de aulas nos primeiros ciclos de escolaridade e menor número nos ciclos seguintes. Esta característica desafia o princípio generalizado de que o número de dias de aulas deverá aumentar à medida que se progride na idade e nos trajetos escolares. No que se refere ao tempo letivo, “Enquanto o tempo mínimo obrigatório nos primeiros anos de escolaridade (CITE 1) coloca Portugal acima da média da OCDE (4932 horas, em comparação com 4621 horas), nos ciclos seguintes (CITE 2) Portugal (2675 horas) fica aquém da média da OCDE (2919 horas). Esta constatação permite sugerir que existe algum desequilíbrio na distribuição dos tempos letivos com uma carga horária excessiva (em comparação com os restantes países) nos primeiros ciclos de escolaridade e deficitária nos ciclos seguintes. O mesmo relatório da CNE indica que “Uma das razões para Portugal apresentar este desequilíbrio reside na carga horária de ensino não obrigatório na CITE 1 (1303 horas) o que coloca Portugal entre os países que apresentam maior número total de horas neste nível de ensino. Assim, é possível retirar a segunda conclusão: Em Portugal, as crianças mais novas (que frequentam as creches, educação pré-escolar e 1º ciclo do ensino básico), são as que mais tempo passam na escola! Segundo afirmações do Sr. Presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, Filinto Lima, "os alunos podem ficar nas escolas mais tempo e até pode haver prolongamento do seu horário por causa dos horários dos pais", sublinha Filinto Lima. Os horários dos pais muitas vezes ditam os horários dos filhos e as famílias não têm apoios como, por exemplo, existem noutros países, lembra o Presidente da Associação. "Se estivéssemos na Suécia ou na Finlândia haveria outro tipo de apoios. Aqui não há e é necessário que a escola pública ajude os pais e os filhos para que estejam mais tempo dentro da escola, não em contexto letivo, mas a realizar outras atividades naquele espaço", frisa o responsável dos agrupamentos escolares. Segundo o Presidente da Associação Nacional dos Diretores Escolares (ANDE), Manuel Pereira, também ouvido no âmbito da elaboração desta Proposta de calendário escolar, "cada vez mais os alunos passam demasiado tempo na escola". "Eu percebo que para as famílias por vezes a escola é a única resposta quando estão a trabalhar, mas a escola não pode responder, como hoje acontece, a tudo, com os prejuízos que daí advêm. Os alunos que estão ali a passar o tempo até ir para casa não são muito beneficiados", explica. Na mesma linha, a presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP), Mariana Carvalho, sublinha que "os pais estão num local de trabalho oito e nove horas por dia e depois ainda têm as deslocações". "Torna-se difícil não tendo uma rede familiar ou de apoio, deixar as crianças entregues a alguém", completa. Por isso, os pais defendem que a escola deve dar uma resposta neste sentido, "mas não para as crianças estarem sempre dentro da sala de aula". "Tem de haver momentos para brincar, para fazer outras coisas", acrescenta. A CONFAP defende, de resto, "estratégias diferenciadoras" no ensino, de modo a que os menores consigam aproveitar o tempo letivo também fora da sala de aula. Donde é possível retirar a terceira conclusão: a escola deve assumir e cumprir igualmente duas funções: educativa e assistencial! As crianças necessitam de uma educação de qualidade mas os pais necessitam de um espaço onde possam deixar os seus filhos enquanto trabalham e portanto, a escola, deve corresponder de igual modo a ambas as exigências! Atentemos então nas exigências do mercado laboral bem como na sua relação com o índice de produtividade do país." Os portugueses trabalharam uma média de quase 40 horas por semana em 2022, um valor acima da média da União Europeia. Os trabalhadores portugueses trabalham, em média, quase 40 horas por semana, valor que fica bem acima da média comunitária. Os dados divulgados esta quarta-feira mostram que Portugal é o sexto país da Europa onde a semana de trabalho é mais longa. O nível de produtividade do trabalho em Portugal é 28% inferior à média da Zona Euro. Pior só os gregos e os eslovacos. E há seis anos que o país está a cair no ranking da produtividade europeia.
Podemos retirar a quarta conclusão: Portugal tem das semanas de trabalho mais longas contudo, o índice de produtividade do país continua a cair. Portanto, mais horas de trabalho não significam maior produtividade. Atente-se agora na preocupante questão relativa ao índice de envelhecimento e quebra de natalidade no nosso país. Dados de 2020, indicam que sobe para 10% a percentagem de portugueses em idade fértil que não quer ter filhos E a medida apontada à cabeça como mais facilitadora da maternidade e da paternidade insere-se no domínio das condições de trabalho, mais concretamente a flexibilização dos horários de trabalho quando os filhos são pequenos. O alargamento da rede e do acesso a creches, jardins-de-infância e ATL foi a medida referida como “mais importante” no contexto do acesso a serviços. "As mulheres que tiveram o primeiro filho mais tarde do que desejavam foram as que mais apontaram como muito importantes para o adiamento os motivos relacionados com a estabilidade financeira e no emprego e as condições da habitação." Donde será possível retirar a quinta e última conclusão: são necessárias melhores e diferentes políticas de apoio à família, centradas na flexibilização e regulação dos horários de trabalho de pais com filhos pequenos, melhores condições de vida e de habitação. E assim se impacta tanto a produtividade do país, como se combate o índice de envelhecimento. A todas as razões anteriormente elencadas, acresce o impacto muito negativo que este calendário tem na classe docente, nomeadamente na sua saúde mental. Professores e Educadores que, apesar de diversificarem metodologias, estratégias e recursos utilizados nestas semanas finais, são confrontados, por um lado, com o grande cansaço e agitação psicomotora das crianças e por outro, com a falta de condições que a esmagadora maioria das escolas apresenta para que se lecione em pleno verão. O prolongamento do calendário escolar promove o desgaste emocional e contribui para o aumento dos casos de burnout entre a classe docente. A resposta não é, não pode, não deve ser, o alargamento do horário de funcionamento das escolas, a manutenção da já excessiva permanência das crianças mais novas na escola. E não é, como ficou demonstrado, nem do ponto de vista do superior interesse da criança, nem do ponto de vista das suas aprendizagens (e, portanto, pedagógico), nem do ponto de vista dos pais que querem assumir a sua função de pais, nem sequer do interesse nacional! É apenas e unicamente a resposta mais fácil daqueles cujas responsabilidades e capacidades não estão à altura de atender a estas exigências!
Face ao exposto, os signatários solicitam que o calendário escolar da educação pré-escolar e do 1º ciclo do ensino básico termine aquando dos restantes ciclos e não se prolongue até ao final de junho."
Regressado às origens por opção. Um renomado arquiteto que dedicou a sua vida a conceber projetos para os melhores hotéis que hoje enriquecem a oferta turística nacional. Uma personalidade forte, poderosa, versátil e inventiva, abundantemente replicada em empreendimentos onde, como ninguém, soube conjugar o legado histórico com uma linguagem mais moderna dos espaços que conheceram a sua interferência.
O cabelo habitualmente desgrenhado, sublimado por uma barba grisalha, mas indomável, definem um solitário que renegou a urbe e todas as suas tentadoras agitações. De volta à casa cravada numa das margens do rio Vouga, o berço de uma infância prenha de sonhos e ambições, vive o degredo a que se obrigou. Perdeu a mulher e a sua única filha num arrepiante acidente de viação ocorrido há quatro anos. Foi a noite onde todas as tempestades se uniram para o tramar. Estava garantida uma semana de doce cumplicidade em Lisboa quando uma súbita mensagem de texto, servida pelo receado telemóvel, o informava que teria de, na manhã seguinte, comparecer numa reunião em Espanha sob pena de se perder uma oportunidade única. A instintiva submissão às exigências profissionais ditou o regresso precoce de mãe e filha a Aveiro. A escuridão cristalizada por violentas chuvas engoliu para sempre o património mais valioso deste homem. A vida e o sangue de ambas depressa escorreram para a valeta de uma estrada estupidamente impiedosa. Nunca mais viu, cheirou ou abraçou as suas mulheres. Mas todos os dias as sente. Mesmo quando os pensamentos mais tortuosos se soltam por entre as esquinas da casa, os seus olhos desenham estranhos movimentos que indiciam não estar efetivamente só. E é nessas ocasiões que aquelas cavadas olheiras ganham, por momentos, a lisura de um ser pacificado com a herança viva da morte.
Hoje vive do silêncio e para o silêncio. Como se de um estranho voto penitencial se tratasse. Renegou o telemóvel e só muito esporadicamente liga o computador para aceder à internet. Excomungou a televisão e, sem especial incómodo, vive dos rendimentos. Desde tenra idade, aprendeu a admirar a enguia. Até poucas semanas antes do despiste que lhe roubou as almas com quem verdadeiramente caminhava, estava determinado a ser confrade da Confraria da Enguia, em Salvaterra de Magos. Tudo deixou de fazer sentido. O desejo, aquele fundado capricho de “defender e promover a enguia como prato gastronómico” esmoreceu com a naturalidade de uma folha seca caída num fim de tarde outonal. Contudo, e por mais renegada que pareça, a paixão pela “Anguilla anguilla” (enguia) parece resistir a semelhante vazio, àquela tormentosa noção de perda aviltantemente irreparável.
Um puto da vizinhança, qua há dias o anda a chagar com a sua inocente irreverência, queixando-se da Prova de Aferição de Matemática que fez no mês passado, logrou cativar a sua atenção quando se referiu às enguias como “cobras nojentas”. O arquiteto, que já tinha amanhado e retirado a cabeça aos seres entretanto ofendidos, estando a lavá-los na última água para logo de seguida os raspar, sentiu-se impelido a desfazer tão sonso equívoco. Sem se aperceber, ganhou cor e da sua boca saíram palavras distribuídas por frases coerentes, num tom vincadamente professoral:
- Isso não se diz, rapaz. A enguia é uma espécie fascinante. Vive em água doce e no mar. Até pode ter uma aparência parecida à da serpente. Eu sei que tem um focinho pequeno com dois pares de narinas e uma boca larga, com pequenos dentes muito fortes e aguçados… Não me digas que ganhaste medo à enguia por pensares que podias ser atacado por uma?!
O miúdo, já cativado pela súbita simpatia do “homem do rio”, engelhou o queixo como que reconhecendo a associação.
O adulto continuou:
- Elas deslocam-se em qualquer tipo de água, procurando sempre os obstáculos para se proteger ou camuflar. Fazem a sua vida à noite. Não te preocupes. Podem até sair da água e movimentar-se nas margens mais húmidas. Além do mais, têm uma impressionante resistência fora de água. Conhecem-se casos de enguias que sobreviveram mais de uma hora fora da água. Em alguns locais muito especiais, conseguem atingir cerca de um metro de comprimento e com um peso que poderá ir dos 30 aos 35 quilos!
Lacónica, a criança pergunta:
- O que é que elas comem?
- A enguia é um peixe omnívoro e, sobretudo, carnívoro, com muito apetite. Depois de entrar no ciclo de água doce, alimenta-se de pequenos peixes, grandes larvas, enfim, tudo que seja animal vivo, morto ou mesmo em decomposição. – esclareceu o arquiteto.
Apesar do rosto de enjoo, o miúdo não se detém e dispara:
- Como é que o senhor consegue ter sempre tanta enguia? Usa alguma droga para as apanhar?...
- (riso) Olha, podemos pescá-las durante todo o ano. Basta uma cana com anzol. O que uso como isco é a minhoca ou sardinha. Elas são muito rebeldes. Engolem muitas vezes o anzol. E não te esqueças que em Portugal a enguia pode ser encontrada em praticamente todos os rios: Ave, Douro, Guadiana, Lima, Minho, Mondego, Tejo e, claro, o nosso Vouga… Também nas barragens, como d’Aguieira ou Crestuma Lever, há enguias…
O “homem do rio” tinha, afinal, boca e até falava. Ainda assim, a sua disponibilidade não tinha desfeito a ausência de empatia do petiz com o viscoso peixe.
Aquele homem sofrido viu no garoto traços de inquiridor insaciável que lhe lembraram a irreverência da filha. Desrespeitando todas as mais recentes regras de vida, e num derradeiro esforço de o arrebanhar para a facção apreciadora de enguias, convidou-o para uma caldeirada “no próximo domingo”.
Alheio ao poderoso impacto que significava a cedência daquele pai para sempre em luto, o miúdo, ainda zangado com a Prova de Aferição de Matemática, deixou outro laivo de despreocupada sinceridade:
- Caldeirada de enguias?! Prefiro o peixe do talho…