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O Banquete

A República de Platão é o livro mais conhecido do filósofo grego. Contudo, em "O Banquete", também conhecido como Simpósio, Platão vai discutir as naturezas do amor e da alma.

A urgência da valorização salarial dos Professores em Portugal: uma questão de Justiça e de Futuro

29.11.24 | Servido por José Manuel Alho

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Imagem Freepik | meramente ilustrativa

Enquanto outras carreiras, como a de enfermagem, começam a conquistar aumentos significativos (300 euros até 2027, conforme noticiado), os professores permanecem à margem de uma verdadeira atualização salarial, apesar de décadas de congelamento e de desvalorização.

A valorização salarial dos professores em Portugal é uma questão urgente e necessária. Apesar de recentes medidas para contabilizar o tempo de serviço congelado, os salários dos docentes permanecem estagnados há anos, não refletindo a importância e a responsabilidade da profissão. Enquanto outras carreiras, como a de enfermagem, começam a conquistar aumentos significativos (300 euros até 2027, conforme noticiado), os professores permanecem à margem de uma verdadeira atualização salarial, apesar de décadas de congelamento e de desvalorização.

Além disso, os professores em Portugal ganham significativamente menos do que a média dos seus colegas na OCDE, o que compromete a qualidade da educação e o futuro das próximas gerações. A valorização salarial é essencial não só para reconhecer o trabalho árduo dos docentes, mas também para garantir um sistema educativo robusto e eficaz. Sem uma remuneração justa, a Educação em Portugal continuará a enfrentar desafios estruturais graves.

De resto, a profissão docente enfrenta uma fuga de recursos e uma crise de atratividade, resultado direto de baixos salários e de progressões bloqueadas durante demasiado tempo. Comparando com outras carreiras públicas especiais, os professores continuam penalizados, mesmo sendo pilares fundamentais para o futuro do país. A Educação é a base de qualquer sociedade desenvolvida, e subvalorizar quem a sustenta compromete o desenvolvimento nacional.

Valorizar os professores é essencial para enfrentar os desafios do ensino no século XXI. Sem esta valorização, a qualidade da Educação e, por consequência, do país, estará em risco.

Neste dia 28 de novembro, celebramos a riqueza cultural do Mediterrâneo

28.11.24 | Servido por José Manuel Alho

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Imagem retirada daqui

O Dia do Mediterrâneo celebra a rica diversidade cultural e histórica que cerca este mar. Sendo um berço de civilizações, o Mediterrâneo tem o condão de unir através de tradições, paisagens e um património comum. Neste dia, assoma-se a importância de preservar este tesouro e de promover a cooperação entre os povos que partilham suas águas.

O Mediterrâneo converteu-se num museu a céu aberto, repleto de história e de cultura. Desde a Antiguidade, as suas costas acolheram grandes civilizações que deixaram um património inestimável. Neste dia 28 de novembro, celebramos a riqueza cultural do Mediterrâneo e a importância de preservá-la para as gerações vindouras.

A cadeira que escuta.

27.11.24 | Servido por José Manuel Alho

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Tapatio, Guadalajara, a segunda maior cidade do México

Aqui temos a mais recente inovação em mobiliário urbano de Albergaria-a-Velha: a "Cadeira da Escuta". Projetada para aqueles que gostam de ser ouvidos, mas nunca querem ouvir ninguém. Com o conforto ergonómico de dois ouvidos gigantes, que parecem dizer: "Falem, que eu só faço figura de corpo presente".

Ideal para reuniões de condomínio, onde todos falam ao mesmo tempo, ou para os momentos em que a autarquia promete "ouvir os cidadãos", mas acredita ser a única dona da verdade. Ou melhor, a única com microfone.

750 árvores não bastam: Albergaria-a-Velha precisa de um escudo contra o fogo

26.11.24 | Servido por José Manuel Alho

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Foto do Jornal de Albergaria

Na passada quinta-feira, foi notícia a plantação, no Bico do Monte, de 750 árvores autóctones, oferecidas pelo Automóvel Club de Portugal (ACP).  É difícil aplaudir uma ação como esta sem um certo sabor a desilusão. Sim, 750 árvores autóctones são bem-vindas, mas representam apenas um remendo num tecido devastado. Dois meses após os incêndios, o que se esperava era uma estratégia clara e ambiciosa para a reflorestação de Albergaria-a-Velha, não uma ação isolada de uma entidade externa (ainda que com o habitual aparato mediático).

O Monte da Senhora do Socorro é consabidamente simbólico, mas que impacto real terá esta plantação numa área ardida muito mais vasta? Volvidos mais de dois meses sobre a catástrofe que nos assolou, a resposta do Município continua a ser o silêncio sobre um plano estruturado para ordenar o território e prevenir a próxima época de incêndios. Os números são crus: 750 árvores contrastam com os cerca de cinco mil hectares consumidos pelos incêndios do passado dia 16 de setembro.

E quanto à população? Traumatizada e ansiosa, precisa de mais do que sessões fotográficas com pilotos famosos que, de forma (muito) nobre, decidiram associar-se a uma boa ideia. Precisa de garantias, de uma visão de longo prazo, de um plano que responda ao futuro. Por agora, estaremos perante mais um paliativo do que uma genuína solução de fundo. Infelizmente.

O Pai Natal moderno: estilo, sarcasmo e os presentes que a Humanidade realmente precisa

25.11.24 | Servido por José Manuel Alho

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A (exatamente) um mês da silent night, este Pai Natal estiloso, mais compatível com os estereótipos contemporâneos, parece ter deixado de lado as renas e o trenó para andar por aí com um casaco vermelho de alta costura e uma atitude de estrela de cinema! Em vez do tradicional "Oh! Oh! Oh!", até podemos imaginá-lo a dizer "Olhem para mim!" enquanto a neve cai em câmara lenta só para compor o plateau.

Nos tempos modernos, o Pai Natal deixou de entregar meias e brinquedos de madeira. Agora oferece cartões de presente para terapia de grupo (afinal, estamos todos a precisar), NFTs temáticos de Natal (nem ele percebe o que são, mas é tendência) e, claro, assinaturas de ginásios que ninguém vai usar. E para os líderes mundiais, o presente mais aguardado: noções básicas de empatia e manual de instruções para a humanidade – tradução incluída, já que aparentemente não falam a nossa língua.

Meus amigoosszzz, este Pai Natal é daqueles que substitui o saco de presentes por um carregador de telemóvel universal e um kit de "respostas sarcásticas para reuniões familiares". Os seus "hoje sou trendy, amanhã logo se vê" provocam inveja aos elfos, que agora exigem melhores condições de trabalho através de um sindicato online. Afinal, quem precisa de magia quando se tem ironia, ousadia e um casaco vermelho que faria tremer as pernas de qualquer influencer?

Black Friday sem arrependimentos: uma espécie de manual de sobrevivência

24.11.24 | Servido por José Manuel Alho

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A Black Friday está à porta e a tentação de comprar por impulso é grande. Para aproveitar, ao máximo, este período de promoções e evitar ulteriores arrependimentos, aqui vão algumas dicas dos especialistas mais tarimbados, designadamente das associações de defesa dos direitos do consumidor:

Antes da Compra

  • Faça uma lista: Anote os itens que realmente precisa e estabeleça um orçamento.
  • Pesquise: Compare os preços em diferentes lojas, tanto físicas como online. Utilize ferramentas como o KuantoKusta para ter uma visão geral do mercado.
  • Verifique o histórico de preços: Utilize extensões de navegador para ver como o preço do produto evoluiu ao longo do tempo. Muitas vezes, o desconto da Black Friday não é tão vantajoso quanto parece.
  • Leia as avaliações: Consulte as opiniões de outros consumidores sobre os produtos e as lojas.
  • Desconfie de ofertas muito boas para serem verdadeiras: Se um desconto parece irreal, provavelmente é.
  • Confirme as políticas de troca e devolução: Antes de finalizar a compra, leia atentamente as condições de troca e devolução da loja.

Durante a Compra

  • Priorize lojas confiáveis: Opte por lojas conhecidas e com boa reputação.
  • Verifique a segurança do site: Certifique-se de que o site onde está a comprar utiliza protocolos de segurança como o HTTPS.
  • Guarde todos os comprovativos: Mantenha os comprovativos de pagamento e as informações de contato da loja.
  • Utilize métodos de pagamento seguros: Opte por pagamentos com cartão de crédito ou serviços como o PayPal.
  • Compare as condições de pagamento: Verifique se o valor dos portes de envio compensa o desconto ou se o desconto do artigo compensa a utilização de um cartão de crédito.

Após a Compra

  • Acompanhe o seu pedido: Verifique se o seu pedido foi confirmado e se está a ser enviado.
  • Teste os produtos: Assim que receber os produtos, teste-os cuidadosamente e verifique se estão em conformidade com a descrição.
  • Exerça o seu direito de livre resolução: Se não estiver satisfeito com a compra, pode exercer o seu direito de livre resolução nos termos da lei.

Dicas Extras

  • Inscreva-se nas newsletters: Receba em primeira mão as melhores ofertas das suas lojas favoritas.
  • Utilize aplicações de cashback: Receba uma parte do valor da sua compra de volta.
  • Não se deixe levar pelo impulso: Pense bem antes de comprar e resista à tentação de adquirir produtos que não precisa.
  • A Black Friday também pode ser uma oportunidade para encontrar presentes originais para os seus amigos e familiares.

Não esquecer: A Black Friday é uma excelente oportunidade para fazer boas compras, mas é preciso estar atento e bem informado.

Crónicas com tradição (XVIII) - São mais as vozes que as nozes?...

23.11.24 | Servido por José Manuel Alho

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Imagem Freepik

Anabela engrossou a já bem abastecida lista de médicos dentistas sem emprego. Apesar da disponibilidade financeira dos pais, que cedo fizeram sentir o orgulho que seria ver a filha médica, a opção não recaiu na abertura de um consultório próprio. Seria o derradeiro passo para um abismo ainda maior. Sem dinheiro, as pessoas já começaram a cortar também no essencial. Na sua saúde. Por outro lado, emigrar nem chegou a ser uma possibilidade. Esta jovem, ainda que perceba a força das circunstâncias, é a primeira a reconhecer não ter espírito (de) emigrante. Por ora, esse limite ainda não chegou.

Na sequência de uma navegação fortuita pela internet, deparou-se com um concurso promovido pelo Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território destinado a jovens produtores de nozes. Um caderno de encargos que não achou particularmente penoso ou inatingível logrou acossar o arrojo que os seus vinte e seis anos alimentam com destemida naturalidade.

Pensando otimizar parte dos terrenos de cultivo há muito pertença do pai por transmissão familiar, foi óbvio o raciocínio em forma de desafio: poderei ser uma empresária da agricultura?

A ideia ficou a marinar por uns tempos. É natural de Ferreira do Alentejo e ali a vida tem outra cadência. Aquela zona de vastas planícies verdejantes, douradas ou tingidas de castanho, conforme a época, borrifadas por barras de azul e amarelo sobre cal, é dona de uma beleza única que tudo relativiza. Ao longe enxergam-se pequenos planaltos, agraciados por vetustos moinhos, onde o azul do céu, talhado por um sobreiro, se junta em desgarrada ao verde das searas e dos campos de regadio. E são esses os cenários que acolhem a ponderação.

Recolheu literatura diversa sobre tão concreta atividade. Numa brochura entretanto remetida por um destes institutos públicos percebeu:

- (…) o mercado das nozes em casca onde Portugal importa cerca de 95% do que consome é bastante original. O seu consumo restringe-se essencialmente ao último trimestre do ano, descendo drasticamente até à Páscoa e a partir daí é quase nulo. As nozes importadas têm origem no Chile, França e Estado Unidos da América. A produção mundial é de aproximadamente 1 200 000 t e a China é o maior produtor. Admitindo que as nozes que aparecem no mercado são frescas - o que nem sempre acontece… - e considerando que o prazo de consumo de nozes naturais não deve ir além dos 11 meses e nozes lexiviadas (branqueadas) menos 2 ou 3 meses, a produção nacional pode ter algum interesse, principalmente para as nozes produzidas no Baixo Alentejo em que há variedades cuja apanha começa entre 10 e 15 do mês de Setembro e passados 4 dias estão disponíveis.”

Foi também lendo que descobriu que as características dos terrenos disponíveis estavam próximas do ideal: solos fundos, ricos e bem drenados, que muito raramente se encharcam.

Decidida a formalizar a sua propositura ao concurso nacional, resolveu deslocar-se à Feira de São Miguel em Penela - mais conhecida por Feira das Nozes e criada em 1433 por ordem de D. Duarte em resposta a um pedido do seu irmão, D. Pedro. Por entre a música, o teatro, a animação de rua e as exposições, Anabela aproveitou cada momento para se familiarizar com as exigências do setor.

Sentiu-se revigorada. A visita àquele certame ultrapassara todas as expectativas. Alcançando o vasto leque de ofertas de consumo das nozes (em cru como aperitivo ou sobremesa, sozinha, combinada com outro alimento ou ainda como ingrediente em muitos pratos, saladas e gelados) a jovem dentista consolidara a sua escolha de tornar-se uma empresária da noz. Determinada a não ser mais uma voz em busca de um financiamento estatal, Anabela tudo fará para ser diferente e assim não dar razão ao premonitório adágio de que, muitas vezes, “são mais as vozes que as nozes”…

Democracia à venda? Ou quando 12 mil €uros compram 22% do eleitorado...

22.11.24 | Servido por José Manuel Alho

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Imagem Freepik | meramente ilustrativa

Legislativas: desinformação paga nas redes sociais denegriu imagem de políticos do PS e PSD

No total, as publicações "alcançaram cerca de dois milhões de contas, estimando-se que o "valor investido nesta operação de publicidade ilegal tenha sido de 12 mil euros em três dias". Os anunciantes poderão ter alcançado cerca de 22% do eleitorado português em pleno período de campanha eleitoral.
 

Esta notícia, que parece não ter merecido o tratamento que a sua gravidade impunha, indicia um cenário preocupante de manipulação e de influência política durante um período particularmente sensível: a campanha eleitoral para as últimas legislativas. Alguns pontos, que deveriam ter feito disparar alguns alarmes, merecem destaque (e reflexão):

  1. O paradoxo do "investimento mínimo, impacto máximo" – Com apenas 12 mil euros (um valor quase simbólico em campanhas publicitárias de larga escala), conseguiu-se atingir cerca de dois milhões de contas, ou 22% do eleitorado português. Este facto levanta questões delicadas sobre o poder desproporcional das plataformas digitais quando usadas para influenciar decisões coletivas com poucos recursos financeiros. Até onde vai o "baixo custo" da democracia se este modelo triunfar?
  2. A legalidade posta de lado – A notícia aponta diretamente para a ilegalidade da operação, o que agrava a situação. Propaganda clandestina durante campanhas eleitorais, além de desonesto, subverte o princípio da igualdade entre candidatos e partidos. Quem fiscaliza? Quem pune? Ou será que, no oceano dos clicks e algoritmos, alguns já aprenderam que a punição é a exceção e o lucro é a regra?
  3. Impacto na democracia – Alcançar uma fatia tão grande do eleitorado com mensagens possivelmente enviesadas e sem a exigida transparência sobre quem está por trás, é uma afronta ao direito dos cidadãos à informação livre e fidedigna. Parece que estamos, cada vez mais, entregues ao julgamento das sombras – dos algoritmos e dos patrocinadores.

Resumindo: este episódio é um retrato fiel de como os mecanismos digitais podem ser usados (e abusados) para influenciar processos democráticos, expondo fragilidades éticas, legais e institucionais. O barato sai caro... e quem paga a conta? A Democracia.

Operação Marquês: Justiça à beira da prescrição

21.11.24 | Servido por José Manuel Alho

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Foto retirada daqui | © Nuno Fox

Dez anos depois, a "Operação Marquês" tornou-se o retrato cruel da Justiça a que chegamos: lenta, porventura cínica e incapaz de corresponder às expectativas mínimas dos cidadãos. É um verdadeiro circo processual, onde os arguidos desfilam sob a sombra confortável da prescrição, enquanto o cidadão comum assiste, perplexo, ao espectáculo da sua ineficiência. Recursos infindáveis, incidentes processuais intermináveis e uma aparente falta de vontade política transformaram este caso num emblema do falhanço institucional vigente. O que começou como um símbolo de combate à corrupção parece ter-se convertido num manual de como fugir à Justiça.

E a pergunta que que vamos fazendo com sonsa ingenuidade – "Quando será o julgamento?" – já parece um exercício da mais previsível ironia. Afinal, no reino do “dificilmente compreensível”, a Justiça tarda… e falha.

 

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