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O Banquete

A República de Platão é o livro mais conhecido do filósofo grego. Contudo, em "O Banquete", também conhecido como Simpósio, Platão vai discutir as naturezas do amor e da alma.

A possível conversa entre dois políticos a respeito do estado da Educação em Portugal

13.11.24 | Servido por José Manuel Alho

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António C.: Ah, Luís, tens de admitir, a nossa Educação está a evoluir. Vê lá quantos alunos chegam ao 12.º ano agora, quando antes nem sonhavam!

Luís M.: Evoluir? António, os miúdos até chegam, sim… mas será que sabem para onde? A evolução foi perderem-se nas listas de espera para serem colocados numa escola, que tenha professores, a 30 quilómetros de casa.

António C.: Que exagero, Luís! A nossa reforma trouxe estabilidade ao sistema.

Luís M.: "Estabilidade"? Diz isso aos professores que saltitam de cidade em cidade como se estivessem a fazer turismo. Eles andam mais de um lado para o outro do que os comboios da CP!

António C.: Estabilidade é dar oportunidade aos alunos de todas as regiões! Há escolas no interior com turmas cheias, sinal de que estamos a combater o despovoamento!

Luís M.: Cheias? António, metade dos alunos são irmãos de turma — e a outra metade são primos! Isso não é combater o despovoamento, é um jantar de família!

António C.: (rindo) Tens sempre resposta para tudo, Luís. Mas temos investido em tecnologia nas escolas, computadores para todos os alunos, ensino digital… Portugal está no futuro!

Luís M.: Computadores? Sim, para acender as luzes das salas já é um avanço. Mas e o Wi-Fi? Ou achas que os alunos agora estudam “meditação digital” enquanto esperam pelo sinal?

António C.: Vê-se que estás a precisar de um chá de otimismo, Luís. Há muita coisa a melhorar, eu sei. Mas estamos a formar cidadãos críticos, atentos…

Luís M.: Ah, sim, e críticos vão estar os pais quando virem que o futuro dos filhos é… dar explicações aos netos do mesmo conteúdo que não entenderam!

António C.: Enfim, Luís… queixas-te, mas foi o meu otimismo que me levou longe!

Qualquer semelhança com a realidade é uma mera mas trágica coincidência.