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O Banquete

A República de Platão é o livro mais conhecido do filósofo grego. Contudo, em "O Banquete", também conhecido como Simpósio, Platão vai discutir as naturezas do amor e da alma.

AMBIENTE | É tempo de mudar de paradigma

27.06.22 | Servido por José Manuel Alho

 

Revisitando memórias que o FB guardou, deparei-me com uma intervenção que assumi numa sessão da Assembleia Municipal de Albergaria, precisamente em junho de 2019.

Não deixa de ser curioso que, apesar de volvidos três anos, muito do que sinalizei se mantém atual e pertinente. 

O Tempo, esse juiz...

- AMBIENTE, É TEMPO DE MUDAR DE PARADIGMA

 
«Numa lógica de transparência, de proximidade e de prestação de contas junto dos cidadãos eleitores, partilho a minha intervenção, pelo PSD/Albergaria, na Assembleia Municipal de hoje, dia 26.
 

| Lixos na floresta e recolha de monos

 
É certo que o Município tem já um serviço de recolha de monos por marcação telefónica. Mas, pergunto, estará a funcionar de forma eficaz?
 
A verdade é que continuamos a ver monos (eletrodomésticos, louça sanitária, colchões, sofás,...) nos nossos campos e montes. Em alguns casos, encontramos estes objetos, entulho e outro tipo de lixo em zonas periféricas do nosso território, o que nos leva a presumir que muitas das situações não serão apenas provocadas pelos nossos munícipes, mas também por cidadãos dos concelhos vizinhos. Como é evidente, isto não serve de desculpa para se continuar a ignorar este problema e nada fazer, reduzindo a questão somente ao falacioso entendimento de que “Isto é falta de civismo!” Tal posicionamento equivalerá, em boa verdade, a dizer: «não me interessa, não me importa, não é comigo, os outros que resolvam».
 
Em consequência, importará questionar: que estratégia está pensada no âmbito da C.I.R.A. para, em conjunto com os concelhos vizinhos, e nossos parceiros, resolvermos de forma concertada este problema? Como podemos limpar e preservar o nosso Património Natural?
 
Se o serviço de recolha de monos funciona por marcação, através de uma linha telefónica de apoio, significa que a recolha será inevitavelmente feita com atrasos, pois importará acumular pedidos de forma a tornar rentável a passagem de viaturas por vários pontos das nossas freguesias.
 
Em face desta realidade, apresento a sugestão: porque não estipular dias e locais específicos para esse tipo de recolhas em cada freguesia? Por exemplo, 1 vez por mês, à semelhança das melhores práticas em outros países da União Europeia. Assim, as pessoas não poderiam dar a desculpa de que não lhes dá jeito, pois, de alguma forma, também já os levam para a mata, o que é muito pior para todos nós, com implicações ambientais danosas.
 
Pelo tipo de resíduos que encontramos nos campos e montes da nossa terra, parece evidente que resultarão, sobretudo, de oficinas auto, construção civil e casas particulares. É possível que, em muitos destes casos, se tratem de indivíduos que trabalharão de forma clandestina, os chamados “biscateiros”. Por exercerem a sua atividade de forma porventura ilegal, tenderão a “ocultar” desta forma as suas atividades. Por isso, exorto este executivo a tomar mais e melhor atenção para se resolver este flagelo da forma genuinamente eficaz.
 

| Outros pontos conexos que importa sinalizar

 
- Qual é a estratégia para a mobilidade clicável no nosso Concelho? Que ciclovias estão previstas? Que ligações são para o atual executivo prioritárias dentro do Concelho e de ligação a concelhos vizinhos?
 
- Quanto ao Projeto "Patrulheiros", rotulado com «um dos três pilares do MOB*A» - que resultados existem que permitam uma avaliação credível da sua implementação? Este projeto tem quase 2 dois anos. Foram distribuídas bicicletas, mas de patrulhas tem-se visto muito pouco. (ou terá sido mais um expediente para show off?)
 
- Se existem projetos nas nossas escolas para incentivar as nossas crianças a andar de bicicleta, por que razão a Câmara não se compromete a sério em tornar a nosso território mais seguro para quem circula de bicicleta? À semelhança, aliás, do que tem sido feito, por exemplo, na Murtosa.
 
- Porque não se comemora o “Dia Europeu Sem Carros” na Cidade de Albergaria? Faltará coragem política para cortar ruas no centro, por um dia, ao trânsito automóvel?
 
- Para quando autocarros elétricos a passar no nosso Concelho? (Os autocarros que vemos estão velhos e são muitos poluentes).  
 
- Porque continuam a faltar passeios para as pessoas caminharem em segurança nos centros urbanos das nossas freguesias?
 
- Porque se têm cortado tantas árvores no nosso Concelho e plantadas tão poucas? Porque são feitas podas sem critério em muitas árvores? Haverá falta de formação entre os quadros responsáveis por essas tarefas?
 
- Porque não temos espaços verdes onde eles são mais precisos, i.e., junto das zonas de maior concentração populacional?
 
O espaço verde, como já aqui demonstrámos com a nossa proposta para o Parque da Cidade, que os senhores chumbaram, não pode continuar a ser visto como um encargo, mas sim como um investimento ambiental, que beneficiará, sempre, a qualidade de vida das pessoas e do espaço público.
 
Senhor Presidente, concluo dizendo que é tempo de mudar de paradigma. As questões ambientais não são uma moda passageira, mas um dos maiores desafios políticos que a Humanidade enfrenta à escala mundial. Não há como fugir a estes temas. – disse.» (sic)
 
Imagem Freepik