Educação | A preguiça de quem se acomoda à injustiça
PS, PSD, CDS e - mais recentemente - o BE e o PC, têm tratado os Professores segundo a lei da patada.
Por opção, em consciência, ou por negligência, por omissão, estas forças partidárias, em circunstância alguma, elegeram a Educação como prioridade, exceção feita a alguns arremedos assistencialistas que, no essencial transformaram o setor em mais uma secção da Santa Casa da Misericórdia, vocacionada para o tratamento e sustento de todos os males que o poder central não sabe ou não quer resolver.
Em resumo, espera-se que, para os docentes portugueses, seja aplicado o mesmo regime ponderado para os congéneres nos arquipélagos dos Açores e da Madeira ou da solução engendrada, mesmo que em surdina, para os enfermeiros.
O futuro do Ensino em Portugal não poderá ser concebido sem, antes, resolver:
- a restituição, com todos os seus efeitos, de todo o tempo de serviço já prestado pelos Professores - e sobre o qual já foram pagos todos os impostos;
- extirpar os garrotes das quotas de acesso aos 5º e 7º escalões da carreira docente.
Em resumo, espera-se que, para os docentes portugueses, seja aplicado o mesmo regime ponderado para os congéneres nos arquipélagos dos Açores e da Madeira ou da solução engendrada, mesmo que em surdina, para os enfermeiros.
A degradação, contínua e acentuada, da carreira docente em Portugal tem de conhecer a objeção de consciência dos justos e dos responsáveis. Urge acabar com esta lógica fúnebre e sinistra que, desde o início do século, tem imposto a lei da selva para os Professores.
Tem dias a proposta do CHEGA. Por razões que facilmente anteciparão, não sou, nem de perto nem de longe, um dos apaniguados daquele partido. Nem poderia sê-lo. Ponto.
Contudo, formalizou uma proposta, com um horizonte temporal (de 3 anos) assaz bondoso, visando a resolução do problema do tempo de serviço escandalosamente subtraído à classe docente (mais de 6 anos!). Há quem lhe chame preguiçosa, mas, em cotejo com as iniciativas do PS, PSD, CDS, BE e PC, é uma gota tremendamente diferenciadora.
Mantenho: para azar do professorado, este período histórico de perda(s) e retrocesso(s) coincide com o momento de maior perda de influência da ação sindical, tantas vezes descaracterizada pelos respetivos diretórios centrais, e com o enfraquecimento dos quadros dos principais partidos nacionais, despidos da qualidade exigível para tão crucial setor - a Educação.
Mas que este cenário, aterradoramente desgraçado, não sirva para justificar a inação ou a fuga preguiçosas ao óbvio por parte dos eleitos com assento parlamentar.
Cabe aos Professores, com famílias que votam, apontar no caderninho quem é quem e quem fez o quê. Mais do que nunca, cumpre intervir, principalmente, em nome da imprescindível accountability...