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O Banquete

A República de Platão é o livro mais conhecido do filósofo grego. Contudo, em "O Banquete", também conhecido como Simpósio, Platão vai discutir as naturezas do amor e da alma.

Educação | O fim do sindicalismo cloroformizado.

19.12.22 | Servido por José Manuel Alho

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PONTO PRÉVIO: a degradação da autoridade e do prestígio profissionais dos professores, bem como do seu colossal empobrecimento salarial, derivam de opções de consecutivos governos nos últimos 17 anos - 4 do PSD/CDS e 13 do PS, acolitado, na última legislatura, pelo PCP e BE.

 

A gigantesca e poderosa manifestação do passado sábado, dia 17, que terá juntado perto de 30 mil docentes, marca o fim daquele sindicalismo cloroformizado que, como bem assinalou o Professor Santana Castilho, tem persistido «na representação do papel de lamuriosas vítimas enganadas e as lutas sindicais têm sido cada vez mais aprisionadas pelos interesses das conjunturas partidárias e cada vez menos centradas na eficácia da defesa dos interesses profissionais dos seus representados. Os sindicatos têm sistematicamente fugido das lutas que provocariam mudanças nas relações de poder. Por acomodação, medo reverencial e iniciativa nula

Para 2023, a prova de vida da FNE e da FENPROF resumir-se-á, no mínimo, a um de dois ganhos:

  • A contabilização integral – como aconteceu, nos exatos termos, por decisão do atual governo, com os enfermeiros – de TODO o tempo de serviço efetivamente já prestado
  • Ou a extinção dos garrotes, vulgo quotas, no acesso aos 5º e 7º escalões.

A postura das grandes e tradicionais federações sindicais, muito longe do vigor com que agora atacam, de modo burgesso, os colegas que decidiram dizer BASTA!, culminou, como há muito se previa, na manifestação, genuína e espontânea, do passado sábado, afinal, a consumação de um divórcio há muito anunciado.

Esses sindicatos foram ultrapassados. Na sobranceria de quem se habituou a acumular, impunemente, erros e derrotas vexatórios, não previu nem concebeu tamanha demonstração de força e união. Um erro (de cálculo) irreparável. Agora, nada será como dantes.

Aliás, no imediato, de pouco valerá aos sindicatos tradicionais reverter a seleção de professores por conselhos locais de diretores ou a constituição de mapas (inter)municipais.

Desta vez – e socorrendo-me, de novo, do Professor Santana Castilho – não haverá espaço para «um ritual hipócrita de prolongadas e falsas negociações e caricaturais protestos (abaixo-assinados, cordões humanos, marchas, vigílias e demais diletâncias)», até porque, «no fim, o ministério ganha e os sindicatos também: o primeiro por ter pregado mais um prego no nosso caixão; os segundos por terem “evitado o pior", expressão laudatória das suas sucessivas vitórias de Pirro. Só os professores têm perdido. Perdido sempre, desde 2005!»

Finou-se o tempo das vitórias de Pirro.

O poder político tem ido ao bolso dos professores de uma forma infame, não se coibindo de os achincalhar e menorizar no pelourinho da opinião pública..

Para 2023, a prova de vida da FNE e da FENPROF resumir-se-á, no mínimo, a um de dois ganhos:

  • A contabilização integral – como aconteceu, nos exatos termos, por decisão do atual governo, com os enfermeiros – de TODO o tempo de serviço efetivamente já prestado
  • Ou a extinção dos garrotes, vulgo quotas, no acesso aos 5º e 7º escalões.

Urge, na lógica, pura e dura, de subsistência daquelas organizações sindicais, pôr termo ao longo e pesado rosário que, para muitos, os rotulará de vencidos e perdedores inveterados. Para esses, deixou de haver margem de manobra.

Um novo tempo começou na defesa dos professores e de uma escola pública provadamente valorizada. Quem escolher negar a (nova) realidade, perderá. E perderá irremediavelmente.

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