Ensino | critérios de avaliação e outras bur(r)ocracias.
Constatei o que há muito presumia. No ensino privado, mais seletivo e com uma população discente mais vocacionada para os resultados, dá-se por garantido que a Família, em casa e fora dela, faz a sua parte, cabendo à Escola investir nas aprendizagens. Neste caso, os Valores e Atitudes têm uma ponderação que oscila entre os 10% e os 15%.
Na Escola pública, a ponderação, com sacrifício do(s) Conhecimento(s), vale, nas esmagadora maioria dos casos, 40%!
Um pouco por todo o país - e independentemente da organização semestral ou trimestral do ano letivo - os professores (já) estão mergulhados nas tarefas atinentes à avaliação intercalar.
Mais do que se discutir a oportunidade deste primeiro momento de avaliação, questiona-se a necessidade e a vantagem de impor, qual início de via-sacra, tamanho rosário de formalidades, usualmente acopladas a (novas) grelhas & grelhados, de muito duvidosa utilidade.
Avançando porque, quando não há vontade para desligar o complicómetro, o mundo e a vida tendem a ficar mais difíceis. Para tod@s.
Este meu apontamento prende-se mais com um conjunto de documentos que me fizeram chegar, de escola públicas e de colégios privados, cotejando, em matéria de critérios de avaliação, a ponderação dos Valores e Atitudes.
Constatei o que há muito presumia. No ensino privado, mais seletivo e com uma população discente mais vocacionada para os resultados, dá-se por garantido que a Família, em casa e fora dela, faz a sua parte, cabendo à Escola investir nas aprendizagens. Neste caso, os Valores e Atitudes têm uma ponderação que oscila entre os 10% e os 15%.
Na Escola pública, a ponderação, com sacrifício do(s) Conhecimento(s), vale, nas esmagadora maioria dos casos, 40%!
De facto, e no decurso de uma deriva assistencialista, que dura há mais de vinte anos, imposta por vários governos, com as habituais conotações partidárias, imputou-se à Escola pública os problemas que o Estado não sabe - ou não quer! - resolver. Sobrecarregou-se o sistema público de ensino com toda a sorte de atribuições, desresponsabilizando, de uma forma que não encontra paralelo na Europa ocidental, a Família.
Para cúmulo, atacou-se, fragilizou-se e degradou-se o estatuto social e profissional dos professores, com uma carreira pejada de anacronias, cinismos, hipocrisias e contradições insanáveis.
Para azar do professorado, este período histórico de perda(s) e retrocesso(s) coincide com o momento de maior perda de influência da ação sindical, tantas vezes descaracterizada pelos respetivos diretórios centrais, e com o enfraquecimento dos quadros dos principais partidos nacionais, despidos da qualidade exigível para tão crucial setor - a Educação.
Sobra uma casta peculiar de académicos de pacotilha, que parece ascender à medida que acumula ganhos, proveitos e outros lucros, esgotando circuitos e esquemas pouco confessáveis, em nome de tendências e modas vincadamente experimentais, nunca sujeitas à fatal accountability...