Ensino | pensamentos e reflexões sobre Avaliação (III)
Planificar - Agir
Identifico-me com a dificuldade que resulta do imperativo de dar resposta à questão “PORQUE VOU APRENDER?”
“Educar é ser um artesão da personalidade, um poeta da inteligência, um semeador de ideias”. (Augusto Cury)
Porque hoje, mais do que nunca, é preciso imaginação, criatividade, persistência, vontade e gosto pela atividade docente. Ao professor de hoje, reiteramente atacado por quem o deveria valorizar e proteger, exige-se a capacidade de, no meio de tão vasta e rica panóplia de estímulos e ofertas, despertar a curiosidade no aluno para a aprendizagem, mantendo a disciplina – que vocábulo/predicado tão estigmatizado!
Posto desta forma tão linear, pode até parecer uma tarefa simples, mas diante do contexto social em que vivemos – e para quem não conhecer a realidade de uma sala de aula – conseguir despertar a curiosidade dos alunos, manter a atenção e a disciplina é uma verdadeira arte. Ensinar é, por isso e cada vez mais, demonstrar ao discente a beleza e o poder de pensar, de partir as algemas que tornam o ser humano inusitadamente coisificado, alienado, dominado pela globalização e pelas redes sociais. Mais do que nunca, cumpre formar pensadores porque só dessa forma estaremos a formar indivíduos livres, capazes de duvidar, de criticar, de sentir, de intuir, de lutar por si e pelo bem comum. Pensar é viver. Na verdade, pensar é encontrar o seu caminho.
Daí que procure ultrapassar esta dificuldade esforçando-me, numa luta que sei desigual, para que a Escola que represento, a sala de aula onde leciono não sejam realidades desfasadas do mundo real, que as minhas crianças conhecem de outros contextos e que também marcam as suas vidas.
Como é preparar as diferentes atividades/situações para os mesmos objetivos de aprendizagem?
Cumpre, acima de tudo, fazê-lo em função da diversidade. Da diversidade de alunos. Da diversidade de contextos. Da diversidade de pontos de partida. Da diversidade de expectativas.
A partir dessa diversidade, tomam-se decisões forçosamente diferenciadas que terão de ser, sistematicamente, revisitadas quanto mais não seja como forma de monitorização do trabalho, de moderação, de produção de feedback e de avaliação.
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