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O Banquete

A República de Platão é o livro mais conhecido do filósofo grego. Contudo, em "O Banquete", também conhecido como Simpósio, Platão vai discutir as naturezas do amor e da alma.

O Bom, o Mau e a Sensatez da mulher de António Costa.

17.02.23 | Servido por José Manuel Alho

Foto retirada daqui

A luta dos Professores implica e comporta diversas dimensões.

Desde logo, o BOM, por alertar consciências, mormente a coletiva, para o imperativo, que a tod@s convoca, de pugnar pela defesa da qualidade da Escola Pública.

Depois, o MAU, por se constatar que as prioridades da população, estando pervertidas por imposição de interesses inconfessáveis e nada edificantes, sofrem ataques miseráveis à custa de manipulações, omissões e de condicionamentos graves, que até chegam a ameaçar pilares fundamentais do Estado Democrático de Direito.

Por isso, os arquivos são, no essencial, um repositório da Memória. E convém que tenham vida para não sucumbirem à morte do esquecimento. Funcionam como ponto de referência, que favorece a sanidade mental das sociedades.

Vem isto a propósito de um trabalho da Revista VISÃO, de Inês Rapazote, publicado em 27 de novembro de 2015, que versa, de forma predominantemente biográfica, a vida e o contributo de Fernada Tadeu, mulher de António Costa, o atual Primeiro-Ministro.

Por se revelar particularmente esclarecedor e por ajudar, de forma excecionalmente concludente, a explicar muita da indignação e revolta que ainda hoje assola a classe docente, destaco este naco que, por si só, diz tudo sobre a justiça das reivindicações dos Professores na atualidade:

"Mas isso não invalidou que tivesse (como tinha e continua a ter) opinião. Prova disso é que não teve pudor em sair à rua e marchar, com os indignados, contra o ataque aos professores levado a cabo pelo Governo PS de que o marido acabara de ser «número 2». Foi fotografada e a sua presença badalada. «Voltava a fazer tudo outra vez», garante, com a zanga ainda espelhada na expressão. Ser docente é «muito, muito duro», garante. E por isso não aceita que lhe digam «agora é que vamos pôr os professores na ordem!» ou «agora é que vão trabalhar». Maria de Lurdes Rodrigues foi de uma grande injustiça, diz. Além de que pôs professores a avaliarem outros, de outras áreas, impediu que se reformassem mais cedo e, a «maior facada», dividiu a classe entre titulares e não titulares.

Fernanda não admitiu ser tratada assim. Foi a todas as manifs de protesto e, à primeira oportunidade (o que aconteceu já num Governo de direita), aproveitou o programa de rescisões por mútuo acordo do pessoal docente e reformou-se. Como em muitas outras coisas, António ouviu as críticas e as zangas e respeitou a decisão. Estão sempre lá para se apoiarem um ao outro. O que não quer dizer que não discutam muito e troquem ainda mais opiniões. «Digo o que sinto e o que apalpo nas escolas, na vida do País. Os políticos, às vezes, vivem num mundo fechado.

Deviam estar mais próximos das pessoas», sugere, salvaguardando que «o meu marido gosta de ouvir os outros. Não perde tempo. Ganha-o a ouvir o que as pessoas têm a dizer, para depois decidir.»

Desde então, nada mudou. Em consequência, impor-se-ia saber - se acaso não tivesse aceitado o programa de rescisões, que ditou a sua saída da carreira docente - o seguinte:

  • hoje, com as políticas do governo liderado pelo seu marido para a Educação, sentir-se ia indignada com o rumo a que o setor foi votado?
  • hoje, participaria, de novo, nas manifestações, com a zanga ainda espelhada na expressão?
  • hoje, continua a achar que ser docente é muito, muito duro?
  • hoje, admitiria ser tratada assim?
  • hoje, com a imposição de alegados serviços mínimos, não consideraria que isso correponde a dizer que «agora é que vamos pôr os professores na ordem!» ou «agora é que vão trabalhar»?
  • hoje, com o sistema de avaliação, que subsiste desde 2015, continua a entender que é uma injustiça, uma facada pôr os professores a avaliarem outros?
  • hoje, entende que o Primeiro-Ministro de Portugal ouve e respeita as reivindicações dos Professores?
  • hoje, mantém o entendimento de que os políticos, às vezes, vivem num mundo fechado?
  • hoje, persiste na convicção de que os governantes deviam estar mais próximos das pessoas», e na certeza de que «o meu marido gosta de ouvir os outros. Não perde tempo. Ganha-o a ouvir o que as pessoas têm a dizer, para depois decidir»?

Presumo que a estimada e distinta colega Fernanda Tadeu continuará a ser uma mulher de fortes e justas convicções, pelo que, mesmo com prejuízo (momentâneo) da harmonia familiar, manteria, inabalável, a sua postura. Dou-o por adquirido por lhe reconhecer SENSATEZ.