Praça Alameda 5 de Outubro: um espaço público à espera de vida
Foto retirada do blogdealbergaria - skyscrapercity.com
Que futuro para
a Praça Alameda 5 de Outubro?
O texto por mim escrito e publicado, a 17 de outubro de 2012 (!), no jornal “Correio de Albergaria, pretendeu formular uma análise crítica e fundamentada sobre a negligência a que fora votada a Praça Alameda 5 de Outubro. Infelizmente, volvidos mais de doze anos (!), o seu conteúdo permanece atual, dado o imobilismo evidenciado pela Câmara Municipal até ao corrente ano de 2025. A apreciação foi incisiva ao expor questões que identifiquei como cruciais: a falta de planeamento estratégico, a ausência de discussão pública e a prioridade dada ao lucro ou à estética em detrimento da funcionalidade e da vivência comunitária.
A crítica à alienação dos espaços públicos, transformados em meros pontos de passagem ou áreas privadas de consumo, é (ainda) extremamente relevante e persiste como uma denúncia válida em muitas cidades. Quis fazê-lo com ironia e indignação, que emergem com as expressões "tesourinho escusadamente deprimente" ou "morte lenta e agonizante da Praça", para, justamente, reforçar a mensagem central: a praça não deve ser uma paisagem estéril, mas um espaço vivo, pulsante e dinâmico.
O arrastamento do estado de abandono até 2025 revela o fracasso das lideranças locais em priorizar este espaço público como elemento integrador e democratizante. Apesar do meu tom esperançoso de que uma intervenção estruturante pudesse ocorrer "a breve trecho", a realidade desmentiu essa expectativa, transformando a crítica inicial numa acusação ainda mais contundente e, por isso, justificada.
Seja pelo desinteresse em abrir à comunidade o debate público ou pela incapacidade de propor um projeto transformador, a Câmara Municipal parece falhar em compreender o valor simbólico, social e cultural desta praça central. Este texto, mesmo tantos anos depois, continua uma exortação à reflexão urgente sobre o papel do poder local na promoção de espaços inclusivos, demonstrando que a verdadeira revitalização de uma cidade também passa, inevitavelmente, pela valorização dos seus espaços públicos mais nobres.