Quatro meses após os incêndios: o que está a ser feito para prevenir novas tragédias?
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Perguntas incómodas que
exigem respostas urgentes
Volvidos exatamente quatro (!) meses sobre os trágicos incêndios de setembro passado, e da reflexão que AQUI deixei, de forma racional e construtiva, importa saber o que andam a fazer os poderes públicos, designadamente a Câmara Municipal e demais autoridades envolvidas na prevenção de incêndios e no (re)ordenamento florestal, com o propósito de tomar decisões estruturantes e de assumir prioridades que se afigurem incontroversas.
Sobre condições meteorológicas e prevenção
- Já se sabe como se aperfeiçoará o nível de articulação entre os serviços meteorológicos e os responsáveis locais durante os incêndios, evitando falhas na previsão ou a subestimação das condições adversas?
- Existe algum plano para melhorar a integração de dados meteorológicos em tempo real nas operações de combate aos incêndios?
Sobre Coordenação no terreno
- Como será reforçada a comunicação entre as equipas de bombeiros, GNR, e Proteção Civil para evitar falhas de coordenação no futuro?
- Está previsto algum investimento em sistemas de comando e controlo mais eficazes para garantir uma resposta mais ágil e integrada?
Sobre meios aéreos e logísticos
- Quais serão os critérios para a mobilização dos meios aéreos durante os incêndios, que previnam atrasos ou hesitações fatais?
- O Município já elaborou um plano para aumentar o número de meios logísticos disponíveis para combater grandes incêndios, incluindo o “pormaior” atinente ao abastecimento de água?
Sobre gestão florestal e ordenamento do território
- Qual o estado atual da fiscalização e limpeza regular de terrenos no Concelho? Já existe uma base de dados atualizada das áreas de maior risco?
- Que medidas concretas estão a ser tomadas para incentivar a substituição de monoculturas de eucalipto por espécies autóctones?
- A desativação da torre de vigia no Monte da Nossa Senhora do Socorro será revista? Há planos para reinstalar estruturas semelhantes?
Sobre infraestruturas e Planos de Emergência
- O Município já elaborou um plano atualizado de evacuação para as populações? Como será comunicado de forma eficiente aos residentes?
- Quais são os critérios para a criação de faixas de contenção em áreas habitacionais? Qual a periodicidade para a sua manutenção?
Sobre Formação e envolvimento da comunidade
- Que programas de formação contínua para bombeiros e voluntários estão previstos para 2025?
- Estão a ser desenvolvidas parcerias com agricultores para o pastoreio controlado e criação de aceiros naturais?
Sobre monitorização e deteção precoce
- Qual o orçamento disponível para a instalação de câmaras de vigilância, drones e torres de vigia no Concelho? Existe um cronograma para a dinamização destas ações?
- Por que motivo os sistemas de alerta às populações foram insuficientes em algumas áreas? Há planos para implementar novas tecnologias de aviso?
Sobre sensibilização e Educação Comunitária
- Que campanhas de sensibilização pública estão a ser planeadas para 2025? E como serão avaliados os seus impactos?
- Existe algum programa específico para envolver escolas e associações locais na prevenção de incêndios?
Nesta como noutras matérias cruciais, mais vale pecar por ação do que por omissão. Tranquilizar as populações e os agentes económicos deveria ser um desígnio que a todos deveria animar. Importa, por isso, estimular o debate, intensificar o escrutínio e responsabilizar os decisores políticos e operacionais para que não passemos, de novo, pelo trauma de 16 de setembro de 2024.
No final, triunfarão, sempre, aqueles que agiram e não os que se lamentaram.