Sobre a "clareza" e a "necessidade" de algumas ideias para combater a falta de professores
Meus amigosszz,
Tenho para vos propor que, enquanto o problema da falta de professores continuar a ser ignorado, que tal criarmos um regime excecional? Vamos aumentar o número de alunos por turma e fazer uma redução "ligeramente vantajosa" da carga curricular. Afinal, quem precisa de aprendizagens de qualidade quando podemos empilhar crianças como se fossem sardinhas em lata?
E essa ideia de “escola a tempo inteiro”? Que piada! Vamos encerrar isso temporariamente, porque, claro, nada condiz com "educação" como cortar o tempo que os alunos passam na escola, especialmente quando os recursos são tão escassos que parece que estamos a tentar encher um balde furado. É uma solução brilhante, não é? Que venha o caos!
Agora, mais a sério.
... enquanto algumas propostas que se vão ouvindo procuram lidar, à bruta, com a escassez de recursos, é essencial considerar o óbvio: as potenciais consequências negativas que tais medidas poderiam ter sobre a qualidade do ensino, o desenvolvimento dos alunos e a saúde dos professores que (ainda) lecionam. Uma abordagem mais holística, que priorize a formação de professores, a dignificação da sua carreira e das suas condições de trabalho oferecerá soluções bem mais sustentáveis e benéficas a longo prazo.
Uma abordagem para a falta de professores, que sugira um aumento do número de alunos por turma e uma redução da carga curricular, além do fim temporário da "escola a tempo inteiro", merece uma réplica que não ultrapassa cinco argumentos óbvios:
- Qualidade do Ensino: Aumentar o número de alunos por turma comprometeria - principalmente no 1.º Ciclo - a qualidade do ensino. Turmas maiores dificultam a atenção individualizada, o que é essencial para o processo ensino-aprendizagem. Alunos ficariam para trás.
- Pressão sobre os Professores: Reduzir a carga curricular não resolveria a falta de professores, mas criaria um efeito cascata de desvalorização do ensino. A carga curricular é, muitas vezes, desenhada para garantir um desenvolvimento educacional equilibrado pelo que a sua redução levaria a lacunas significativas que só o futuro desnudaria em toda a sua extensão e profundidade.
- Impacto no Desenvolvimento dos Alunos: A "escola a tempo inteiro" não oferece apenas ensino, mas também atividades extracurriculares que são essenciais para o desenvolvimento social e emocional dos alunos. Acabar com essa oferta poderia prejudicar o bem-estar e a formação integral e harmoniosa das crianças, além do impacto nas dinâmicas familiares.
- Provisório pode tornar-se Permanente: Medidas transitórias podem transformar-se em permanentes. Historicamente, soluções "temporárias" acabaram com o estatuto de “práticas estabelecidas”, levando a um enfraquecimento da estrutura educativa a longo prazo.
- Igualdade de Oportunidades: A redução da carga curricular poderia afetar desproporcionalmente alunos de contextos socioeconómicos mais vulneráveis, que já enfrentam dificuldades no acesso à educação de qualidade. Manter a carga curricular e a oferta de escola pode ser uma forma de garantir que todos os alunos tenham oportunidades equivalentes para o tão almejado sucesso educativo.
Em suma, enquanto algumas propostas que se vão ouvindo procuram lidar, à bruta, com a escassez de recursos, é essencial considerar o óbvio: as potenciais consequências negativas que tais medidas poderiam ter sobre a qualidade do ensino, o desenvolvimento dos alunos e a saúde dos professores que (ainda) lecionam. Uma abordagem mais holística, que priorize a formação de professores, a dignificação da sua carreira e das suas condições de trabalho oferecerá soluções bem mais sustentáveis e benéficas a longo prazo.
No entretanto, seria bom que nos poupássemos de dar ideias ao "carrasco". É que não há nexexidade...