Subsídio de Refeição: a eterna esmola para os Funcionários Públicos
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Parece que hoje, com a reunião de negociação suplementar, se encerrou o processo negocial entre o governo e os sindicatos da Administração Pública. Infelizmente, subsiste o escândalo do subsídio de refeição dos funcionários públicos - um verdadeiro caso de negligência política à moda portuguesa. Enquanto os preços dos bens alimentares saltam descontrolados, o montante diário pago a quem serve o Estado permanece congelado numa realidade paralela. É como se o custo de vida pudesse, por milagre, ser ignorado; como se o pão, a sopa e o café respeitassem este orçamento ultrapassado, feito de cêntimos que já não cobrem nem o básico.
Mas será que alguém acredita que com o valor atual – indigno até de um menu de fast food – um trabalhador consegue garantir uma refeição decente? Não. Claro que não. Entre promessas de atualização e anos de espera, o resultado é sempre o mesmo: o subsídio fica para trás, como se fosse uma esmola ao invés de um direito. Os preços sobem, o salário é consumido pelas despesas essenciais, e o “apoio” do Estado torna-se uma graçola azeda e já fora do prazo de validade.
Será esta falta de atualização fruto de uma estratégia política e orçamental brilhante? Afinal, talvez se espere que o funcionário público aprenda a "comer melhor" com menos, enquanto assiste, de um escanzelado camarote, ao custo de vida a escapar-se-lhe por entre os dedos. No entretanto, esta classe política segue impassível, mostrando que, se há algo a ser mantido com “contenção”, será apenas a justa valorização do trabalho.